Lesão do labrum por impacto no quadril

O labrum acetabular é uma estrutura de fibrocartilagem que se fixa ao rebordo do acetábulo, em forma de “C”, aumentando a contenção da cabeça femoral na articulação e fazendo com que ocorra maior estabilidade articular. Além disso, por maior área de contato entre os ossos, o labrum contribui para distribuição de carga no quadril, principalmente durante a marcha.

As lesões labrais e da cartilagem acetabular são frequentemente causadas por Impacto no Quadril (ou Fêmoro-Acetabular).  Este se divide em dois tipos: 1- tipo pincer: por mudança de angulação (retroversão) acetabular e 2- tipo CAM: por alteração (retificação) da concavidade anterior do colo femoral.

Para se comprovar a hipótese de lesões intra-articulares o exame complementar mais utilizado é a ressonância magnética. A radiografia e a tomografia computadorizada são também realizadas para se observar alterações anatômicas que podem levar ao Impacto Fêmoro-Acetabular.

O tratamento cirúrgico deve ser indicado naqueles casos onde não se observa alívio dos sintomas com medidas conservadoras (medicações e fisioterapia).

Na cirurgia de artroscopia do quadril são realizados dois a três portais (orifícios de aproximadamente 01 cm), na coxa em volta da articulação para a introdução da câmera artroscópica e do instrumental necessário para a realização do procedimento.

Em geral, as lesões do labrum podem ser tratadas com desdridamento ou sutura com auxílio de âncoras que são fixadas ao osso. As lesões da cartilagem são tratadas com regularização por radiofreqüência ou microperfurações naquelas onde há exposição óssea subcondral.

O paciente fica durante um dia internado onde são realizados cuidados de enfermagem e medicações para analgesia e antibioticoterapia profilática. Ao receber alta hospitalar, são orientados exercícios domiciliares e retorno ao consultório após duas semanas para novas orientações, avaliação da ferida operatória e retirada de pontos.

É essencial o acompanhamento do fisioterapeuta durante todo o período de recuperação pós-operatória. Ele irá orientar, juntamente com o ortopedista, quanto à frequência e intensidade dos exercícios, bem como o início das atividades físicas.