A necessidade de reposição de tecido musculoesquelético devido a perdas causadas por diversas situações é um problema cada vez mais comum na prática cirúrgica ortopédica. Com a maior longevidade da população, a busca por uma solução duradoura implica a utilização de métodos de reconstrução biológicos.
Não há, até o momento, melhor material para substituição de perdas ósseas que o próprio tecido humano e o melhor, do ponto de vista biológico, é o tecido autólogo, isto é, do próprio paciente. Contudo, as complicações no sítio doador (aumento do tempo de cirurgia, dor, sangramento) e a necessidade de formatos específicos e de grandes quantidades de material biológico faz com que o uso de banco de tecidos seja mais adequado na maioria das situações.
A utilização destes tecidos é ampla nas diversas especialidades da ortopedia. Na traumatologia, por exemplo, com o aumento progressivo dos casos de lesões de alta energia, os índices crescentes de perdas ósseas segmentares e de pseudartroses têm feito com que o uso de osso homólogo seja mais frequente. O aumento da expectativa de vida fez com que o número de cirurgias para colocação de próteses de quadril e joelho e consequentemente o número de revisões aumentasse muito nas últimas décadas. Nestas cirurgias frequentemente os pacientes apresentam perda óssea de diversas etiologias (infecção, osteólise, soltura asséptica), e a reposição do estoque ósseo pode dar tanto um melhor resultado a curto e longo prazo como facilitar uma possível revisão subsequente, caso seja necessária.